sábado, 30 de maio de 2009

Emprego ou empregabilidade.

03.08.03
Em meio as constantes crises pelas quais a economia brasileira passa, está cada vez mais difícil ter a certeza da estabilidade na vida profissional. Para não ser diretamente atingido por esta realidade, é preciso estar alerta para perceber os novos caminhos que estão sendo trilhados pelo mercado de trabalho e ter habilidade para responder adequadamente as novas exigências acarretadas pelos constantes processos de mudança.

A primeira e mais urgente necessidade de mudança é o abandono do modelo mental que leva inúmeros profissionais a terem uma postura imediatista de buscar ou simplesmente manter o emprego. Quando esta é a preocupação principal, ao conseguí-lo, corre-se o risco de entrar no ciclo vicioso da acomodação e ser enquadrado em um grupo descrito por Peter Senge como "os funcionários que chegam todas as manhãs, trabalham, voltam para casa ao fim da tarde e isso é tudo. Eles não se comprometem com o negócio da empresa". Ao permanecer com este tipo de comportamento, a tranqüilidade do profissional cessará quando a próxima crise chegar, pois na hora de escolher quais funcionários serão demitidos, os que menos contribuem para o desenvolvimento da empresa serão os primeiros a serem desligados.

Portanto, a idéia de que o aprimoramento profissional depende única e exclusivamente dos treinamentos proporcionados pela empresa a qual o profissional está vinculado, está mais que ultrapassada. Os profissionais necessitam assumir a responsabilidade pela busca diária da manutenção de uma condição que transcende ao fato de estar empregado, necessitam estar vigilantes no que corresponde a elevação do nível de empregabilidade.

Conceitualmente, empregabilidade significa a habilidade de ter emprego. Mesmo já tendo sido bastante difundido em palestras e artigos, a preocupação em elevar o nível de empregabilidade parece estar adormecida para uma parcela substancial dos profissionais que estão tentando sobreviver nesta selva que é o mercado de trabalho.

O gerenciamento da carreira tem que ser visto como prioridade para os que almejam ter um lugar ao sol. Ségio Ricardo Rocha em seu livro Manual do Vendedor de Sucesso, define muito bem como a carreira deve ser encarada ao afirmar que da mesma forma que uma empresa, o profissional deve direcionar seus esforços para três pontos básicos: sobreviver, que é ter condições de se manter financeiramente no mercado; depois buscar o aprimoramento das competências e habilidades, para amanhã valer mais do que hoje e enfim lucrar, que é tornar-se referência para o mercado e chegar ao ápice da carreira.

Como vimos, a carreira profissional tem que ser percebida como um processo constituído por fases específicas a serem alcançadas. Quanto mais se evolui, mais ganhos serão assegurados. Trabalhar a empregabilidade e garantir o futuro da carreira profissional significa estar constantemente atualizado. Reflita sempre sobre sua atuação no presente. Como você se percebe atualmente, apenas executando atividades rotineiras de sua área, ou está preocupado em se aprimorar e criar melhores práticas para seu trabalho?

Caso se perceba no grupo dos profissionais que estão apenas executando sem muita inovação, preocupe-se e elabore uma estratégia para sair desta condição. Por mais sobrecarregado que esteja, não descuide de sua formação acadêmica, busque sempre alinhar-se com as melhores práticas do mercado, participando de eventos como palestras, cursos e congressos; não perca o contato com profissionais de outras empresas, clientes e fornecedores também podem conceder-lhe valiosas informações sobre o mercado; procure entender como funciona sua empresa, se você atua na área de logística, por exemplo, não se prive de trocar idéias com profissionais das áreas administrativo- financeira, capital humano, comercial, marketing, tecnologia da informação, enfim, compreenda o mercado e o negócio da empresa na qual está inserido. Ao adotar esta postura mais autônoma na condução da carreira profissional, você, além de permanecer atualizado e competitivo, será percebido com uma referência pelo mercado de trabalho e terá seu espaço sempre garantido.

Jairo Trajano
Consultor de Capital Humano da Deloitte
jabreu@deloitte.com.br

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